Prefeitura de PL estuda criar museu para preservar réplica do crânio de Luzia
Na medida em que a noite do último domingo (2) avançava, aumentava a apreensão dos brasileiros, que assistiam o seu maior patrimônio histórico, o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, ser consumido por um incêndio. Só no início da madrugada da segunda-feira (3) os bombeiros haviam conseguido controlar o fogo, que destruiu grande parte do acervo e do prédio, inaugurado em 1818, ainda no período imperial.
A tragédia está sendo lamentada especialmente pelos pedroleopoldenses, que, até o fechamento desta edição, aguardavam notícias sobre o estado do fóssil humano mais antigo encontrado na América Latina e que foi descoberto em Pedro Leopoldo, na década de 1970, por uma expedição franco-brasileira. Há mais de 20 anos, o crânio de Luzia, como foi chamada a primeira sul-americana, encontrava-se preservado no Museu Nacional.
Nesta terça-feira (4), a direção do Museu divulgou a informação de que um crânio havia sido encontrado. Cogita-se a possibilidade de ser o de Luzia. O fato de o fóssil estar armazenado em uma caixa de aço, dentro de um armário de mesmo material, alimentam as esperanças de que a peça, de valor inestimável para a história da migração humana nas Américas, tenha sido preservado.
O Secretário Municipal de Cultura, Esporte, Lazer, Juventude e Turismo, Daniel Costa, está em contato direto com a diretoria do Museu Nacional, que se comprometeu a contactar o município diante de qualquer novidade. “Estamos na expectativa de que o crânio de Luzia tenha sido preservado. Por ser um fóssil, que, geralmente, resiste a altas temperaturas, tenho a esperança de que não tenhamos perdido essa preciosidade. De toda forma, o que aconteceu é uma catástrofe para a história e a memória material do Brasil”, disse.
Tendo sido presenteado com o busto e uma réplica em resina do crânio de Luzia pelo Museu Nacional, a cidade de Pedro Leopoldo pode ganhar, em breve, um espaço destinado à história da cidade e exposição das peças. O Prefeito Cristiano Marião revelou que a intenção da Administração é tornar o casarão que seria a sede da Câmara Municipal e foi devolvido ao município em um museu.
“Nossa história é marcada por grandes personalidades e acontecimentos marcantes. Isso é mais do que motivo para criarmos um espaço que seja digno à história de Pedro Leopoldo. É necessário prestar esse reconhecimento ao passado. Toda cidade tem uma história e é a história que nos constitui como povo”, analisou.