Descoberto em PL, crânio mais antigo da América do Sul está em laboratório ainda inacessível no Museu Nacional
Na medida em que a noite deste domingo (2) avançava, aumentava a apreensão dos brasileiros que, estarrecidos, assistiam o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, ser consumido por um incêndio. Só no início da madrugada de hoje (3) os bombeiros haviam conseguido controlar o fogo, que destruiu grande parte do prédio, inaugurado em 1818, ainda no Império.
A tragédia está sendo ainda mais lamentada pelos pedroleopoldenses. Descoberto em Pedro Leopoldo, na década de 1970, por uma expedição franco-brasileira, o crânio da primeira sul-americana, chamado de Luzia, estava preservado há mais de 20 anos no Museu Nacional. Informações levantadas pela Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer, Juventude e Turismo de Pedro Leopoldo dão conta de que o crânio está em um laboratório que ainda não pode ser acessado.
Para o Secretário Municipal de Cultura, Daniel Costa, a perda é irreparável. “Estamos buscando notícias, mas ainda não conseguiram acessar a área onde o crânio está. É angustiante pensar que páginas tão importante da história da migração humana na terra pode ter sido perdidas dessa forma. Até pouco tempo, o crânio de Luzia era o mais antigo já encontrado nas Américas. Isso demonstra a importância do mesmo”, disse.
No dia 14 de junho, foi comemorado, no plenário da Câmara Municipal de Pedro Leopoldo, o Dia de Luzia. O evento contou com a presença de técnicos do Museu Nacional e importantes nomes da Paleontologia e Espeleologia, como Cástor Cartelle, André Prous – presente na expedição de descoberta do crânio – e o Bioantropólogo Walter Neves, que apresentou Luzia à comunidade científica. Na oportunidade, a cidade foi presenteada pelo Museu Nacional com uma réplica em resina do crânio.