Fernão Dias e o Sumidouro

 

Segundo documentos do Arquivo Público Mineiro, os bandeirantes paulistas chegaram ao interior de Minas seguindo as ordens de Fernão Dias, em março de 1673. A vanguarda de sua bandeira, chefiada por Matias Cardoso, foi incumbida de plantar roças de milho e mandioca, além de criar animais como porcos e galinhas, em toda a extensão do percurso até o Serro Frio.

Em junho de 1674, Fernão Dias atravessa o Vale do Paraíba, a Serra da Mantiqueira e percorre incansavelmente os locais em busca de pedras preciosas. Não encontrando o que procurava, ele se estabelece na região que um dia será conhecida por Pedro Leopoldo à espera do auxílio.

A casa e a capela construídas deram início ao arraial chamado Sumidouro. O nome se deve à existência de um rochedo de calcário de aproximadamente 20 metros de altura em cuja base desaparece um volumoso ribeirão que corta a região.

Os colaboradores de Fernão Dias, repensando as baixas sofridas no decorrer de todo o percurso, a falta de provisões, as doenças contraídas pela caravana e a falta de resultado das buscas, resolveram, um a um, retornar a seus lares e famílias. Fernão Dias, inconformado com a falta de resultado e não aceitando retornar derrotado, e mais ainda, acreditando na existência de pedras preciosas, enviou carta solicitando auxílio para o governador e para sua esposa, D. Maria Rodrigues Garcia Betim.

Enquanto aguardava, o bandeirante escolheu um pedaço de terra mais fértil, onde cultivava cereais e criava pequenos animais domésticos. As roças plantadas no local começaram a abastecer as expedições, que se renovavam com a chegada de novos aventureiros, não lhes deixando faltar mantimentos.

Mesmo após a morte de Fernão Dias, as excursões em busca das esmeraldas continuaram, tendo sempre como ponto de referência o Arraial do Sumidouro, que passou a ser base das novas conquistas. Ainda hoje, pode-se visitar a Casa de Fernão Dias e a Capela Nossa Senhora do Rosário, remanescentes desse período de intensas descobertas.