Movimento “Todos contra o pedágio” faz manifestação na Assembleia Legislativa

Prefeitos, vereadores e moradores de Pedro Leopoldo, Confins e São José da Lapa intensificaram a luta contra os planos do Governo de Minas de privatizar a MG-424. Na última quarta-feira, 9, o movimento “Todos contra o pedágio” percorreu os 77 gabinetes da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) conclamando os deputados estaduais a apoiarem a luta contra o pedágio na MG – 424.
O grupo protocolou junto aos parlamentares um documento assinado por representantes do poder público e de entidades de classe das três cidades, além de um extenso abaixo-assinado contendo milhares de manifestações populares contrárias ao pedágio. Um dos principais pontos questionados durante a visita, sobretudo pelos representantes de Pedro Leopoldo, é a instalação de uma praça entre Vespasiano e Pedro Leopoldo, num trecho que está pronto e em boas condições de tráfego. No entendimento dos políticos e moradores, o Governo quer que a região arque com a obra de duplicação da via em Matozinhos. “Somos totalmente contra e contamos com o apoio dos deputados para que essa licitação seja cancelada. Existem muitas irregularidades e o próximo passo será uma reunião no Tribunal de Contas,” explicou o Prefeito de Pedro Leopoldo Cristiano Marião.
De acordo com o edital do pregão, adiado para início de junho, a concessão prevê a instalação de duas praças de pedágio na rodovia, sendo uma delas em Prudente de Morais e outra em São José da Lapa.
Deputados Estaduais também dizem não ao pedágio
Ainda na quarta-feira, durante a Reunião Ordinária de Plenário, parlamentares criticaram a proposta do Governo. Eles discursaram contra a concessão e destacaram, sobretudo, a cobrança no trecho entre Pedro Leopoldo e Belo Horizonte. “Esse pedágio, de mais de R$ 8, será, proporcionalmente, o mais caro do Brasil”, destacou Sargento Rodrigues (PTB). Ele lembrou que esse trecho da rodovia está pronto e nem necessita de obras. “Se for preciso, eu e o deputado João Leite (PSDB) vamos provocar o Ministério Público”, avisou.
Também reprovaram a proposta os deputados Dalmo Ribeiro Silva e Antônio Carlos Arantes, ambos do PSDB. Gustavo Valadares e João Vítor Xavier, do mesmo partido, salientaram que as cidades da RMBH são conurbadas, ou seja, suas áreas urbanas são limítrofes, muitas vezes sem uma divisão clara. “Uma mesma pessoa passa várias vezes ao dia nessa estrada. Ela depende de atendimento de saúde em BH ou leva e busca o filho na escola”, exemplificou Valadares. “É importante a sociedade se organizar. Há um trecho da estrada muito ruim, como em Matozinhos. O cidadão vai pagar primeiro para, depois, ter a promessa de melhorias na estrada”, reforçou João Vítor Xavier.